Um dos desafios da educação
profissional é o de acompanhar a velocidade e a natureza das mudanças que
ocorrem no mundo do trabalho. Muito se diz que o que se ensina a um aluno de do
1º ciclo de ensino muito provavelmente estará desatualizado antes mesmo de este
aluno concluir o seu curso, tamanho é o ritmo das descobertas de tecnologias
que impactam significamente a sociedade e a educação. Afinal, como se antecipar
ao futuro da educação profissional num mundo extremamente volátil?
Em recente palestra
realizada no Congresso Educar Educador, em São Paulo, o professor e pesquisador
Sebastião Lopes Netto, Diretor do IIEP (Intercâmbio, Informações, Estudos e
Pesquisas) ressaltou algumas questões que estão fora da pauta, quando o assunto
é educação profissional e o futuro do trabalho. A história mostra que o
surgimento de novas tecnologias ou “ondas” tecnológicas teve conseqüências
drásticas sobre as relações de trabalho e emprego. O estágio atual de
desenvolvimento tecnológico já apresenta indícios de uma grande mudança: a
chegada de uma nova “onda” que merece ser considerada para diversos efeitos,
sobretudo seus impactos no mundo do trabalho.
Muito se fala dos benefícios
do desenvolvimento de produtos e avanços gerados através da tecnologia da
informação, da nanotecnologia, das neurociências e da biotecnologia. Mas quais
são os impactos que estas tecnologias trazem à saúde das pessoas, ao meio
ambiente e sobretudo, ao mundo do trabalho?
Tomamos como exemplo a
nanotecnologia, baseada na modulação da matéria através dos átomos. Os produtos
nano (seu celular, por exemplo) são mais eficientes, mais multifuncionais,
demandam menor diversidade de matérias-prima, além de possuírem maior vida útil
(e menor tamanho). Ótimo, não? Porém, diversas consequências podem ocorrer na
relação nanotecnologia x trabalho, uma vez que se muda a forma, a maneira como
a matéria é manipulada, inclusive absorvendo maiores propriedades destes
materiais, numa escala atômica.
No aspecto socioeconômico, hoje,
80% das pesquisas e patentes em nanotecnologia estão nas mãos dos países e das
corporações mais desenvolvidas do planeta. Os produtos nano possuem aplicação
em diversos setores (medicina, telecomunicações, química, física, engenharia,
etc.) e em uma ampla área geográfica.
É evidente que as novas
tecnologias que dão o atual contorno do desenvolvimento econômico impactam na
organização do trabalho e na formação do trabalhador. Efeitos serão sentidos
nos salários, nas habilidades e qualificações profissionais que passam a ser
exigidas, além na própria distribuição espacial do trabalho (casa x web x
fábrica).
É preciso que a educação
profissional se transforme para atender este novo ciclo de desenvolvimento.
Devemos passar de meros centros de formação profissional para centros de
produtividade, com participação do Estado, setor produtivo e sindicatos de
trabalhadores. Investimentos em educação
e pesquisa são pra ontem...
O que dará a tônica da
educação profissional no país e no mundo é a inovação, o empreendedorismo, a
criatividade e o incansável “aprender a aprender” (só ver o estímulo dado pelo
programa “Ciência sem Fronteiras”). Assim, ajudaremos o país a direcionar os
faróis à efetiva pesquisa e desenvolvimento, envolvendo a própria sociedade nos
direcionamentos estratégicos do país.
Rodrigo, parabéns, seu Blog esta cada vez melhor...
ResponderExcluirSeu texto é totalmente verdadeiro, pois a educação profissional precisa se transformar para atender esta inovação, ou seja é um cosntante aprender a aprender, assunto bastante discutido em relação a falta de didática e tecnologias na educação.
Patricia